domingo, 6 de setembro de 2009
Ligue os pontos.
O Sol pra Lua
Saia pra nua
Asfalto pra rua
Remédio pra cura
Merthiolate pro corte
Trevo pra sorte
Sul pro Norte
Noiva pro dote
Havaianas pro pé
Cabeça pro boné
Bola pro Pelé
Acento pro é
E pra quem eu...?
E pra quem eu...?
Dedo pro violão
Desejo pra paixão
Artéria pro coração
Calor pro verão
Ondas pro mar
Canção pra ninar
Ladrão pra roubar
Voz pra falar
Túnel pra fugir
Carteira pra dirigir
Sono pra dormir
Emoção pra sentir
E pra quem eu...?
E pra quem eu...?
Água pra beber
Flor pro bem querer
Carta pra remeter
E pra quem eu? E pra quem eu?
Eu só se for pra você.
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
Parênteses.
“A ética é daquelas coisas que todo mundo sabe o que são, mas que não são fáceis de explicar, quando alguém pergunta.”
(VALLS, Álvaro L. M. O que é ética. 7º edição, Ed. Brasiliense, 1993, p.7)
A um primeiro olhar a descrição de Valls sobre ética pode parecer simplória e até divertida por sua forma volúvel, porém, mesmo grandes (e pomposos!) filósofos encontraram-se diante da mesma reação em cadeia que essa explicação provoca.
O conceito atual de ética a determina como conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na sociedade.
Mas o que são valores morais?
São iguais em toda parte?
Fazendo parte da definição de ética, podem ser igualados a ela?
Os valores morais são definidos como tendências conforme as tradições e costumes grupais; portanto, levando-se em consideração a infinidade de grupos sociais do planeta, é evidente que não são iguais em toda parte.
E embora definidas etimologicamente como palavras sinônimas, (ética, do grego ethos com seu correlato no latim morale = conduta, ou relativo aos costumes) demonstro aqui suas diferenças:
Ética é princípio, moral são aspectos de condutas especificas;
Ética é permanente, moral é temporal;
Ética é universal, moral é cultural;
Ética é regra, moral é conduta de regra;
Ética é teoria, moral é prática.
Moral apenas complementa o conceito de ética, que é muito mais complexo e abrangente.
Aristóteles foi um exímio pensador em sua busca por uma definição mais palpável sobre o tema. Escreveu em sua obra “Ética a Nicômaco” a seguinte explicação:
“A virtude é, pois, uma disposição de caráter relacionada com a escolha e consistente numa mediana, isto é, a mediana relativa a nós, a qual é determinada por um princípio racional próprio do homem dotado de sabedoria prática. E é um meio-termo entre dois vícios, um por excesso e outro por falta; pois que, enquanto os vícios vão muito longe ou ficam aquém do que é conveniente no tocante às ações e paixões, a virtude encontra e escolhe o meio-termo.”
(Aristóteles, Ética a Nicômaco, São Paulo, Abril S.A. Cultural, Col. “Os Pensadores”)
Inegável o brilhantismo de tal filósofo ao comparar ética a uma virtude suprema: ao meio-termo que torna capaz a escolha racional.
Daí surge o ponto exato no qual a ética busca amparo na esfera jurídica, pois a racionalização da reflexão comportamental é (ou deveria ser) a base do Direito.
Quando é ética e moral tornam-se antagônicas, sem possibilidade de abstrair de si soluções, a discussão é levada a contexto jurídico, que serve como o mediador artificial das relações.
Esse tipo de situação pode servir de paradigma para exemplificar uma das ramificações da ética: a profissional.
Vejamos: quando uma discussão é levada a campo jurídico para busca de soluções, o mediador deste conflito deverá ser totalmente imparcial quanto ao problema, livrando-se de seus valores morais e mergulhando no código de ética que sua profissão estabelece para conseguir uma conclusão realmente livre de opiniões possíveis de favorecimento a quaisquer das partes envolvidas. A conclusão deve ser racionalizada. Deve possuir a descrita mediania de Aristóteles para um consenso “justo”.
A ética, mui difícil para uma explanação, é fundamental (embora pouco empregada atualmente) para um convívio verdadeiramente inteligente entre tantas formas diferentes de se ver o mundo.
É, pois, uma das formas inquestionáveis de introdução à civilização intencionada.
(VALLS, Álvaro L. M. O que é ética. 7º edição, Ed. Brasiliense, 1993, p.7)
A um primeiro olhar a descrição de Valls sobre ética pode parecer simplória e até divertida por sua forma volúvel, porém, mesmo grandes (e pomposos!) filósofos encontraram-se diante da mesma reação em cadeia que essa explicação provoca.
O conceito atual de ética a determina como conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na sociedade.
Mas o que são valores morais?
São iguais em toda parte?
Fazendo parte da definição de ética, podem ser igualados a ela?
Os valores morais são definidos como tendências conforme as tradições e costumes grupais; portanto, levando-se em consideração a infinidade de grupos sociais do planeta, é evidente que não são iguais em toda parte.
E embora definidas etimologicamente como palavras sinônimas, (ética, do grego ethos com seu correlato no latim morale = conduta, ou relativo aos costumes) demonstro aqui suas diferenças:
Ética é princípio, moral são aspectos de condutas especificas;
Ética é permanente, moral é temporal;
Ética é universal, moral é cultural;
Ética é regra, moral é conduta de regra;
Ética é teoria, moral é prática.
Moral apenas complementa o conceito de ética, que é muito mais complexo e abrangente.
Aristóteles foi um exímio pensador em sua busca por uma definição mais palpável sobre o tema. Escreveu em sua obra “Ética a Nicômaco” a seguinte explicação:
“A virtude é, pois, uma disposição de caráter relacionada com a escolha e consistente numa mediana, isto é, a mediana relativa a nós, a qual é determinada por um princípio racional próprio do homem dotado de sabedoria prática. E é um meio-termo entre dois vícios, um por excesso e outro por falta; pois que, enquanto os vícios vão muito longe ou ficam aquém do que é conveniente no tocante às ações e paixões, a virtude encontra e escolhe o meio-termo.”
(Aristóteles, Ética a Nicômaco, São Paulo, Abril S.A. Cultural, Col. “Os Pensadores”)
Inegável o brilhantismo de tal filósofo ao comparar ética a uma virtude suprema: ao meio-termo que torna capaz a escolha racional.
Daí surge o ponto exato no qual a ética busca amparo na esfera jurídica, pois a racionalização da reflexão comportamental é (ou deveria ser) a base do Direito.
Quando é ética e moral tornam-se antagônicas, sem possibilidade de abstrair de si soluções, a discussão é levada a contexto jurídico, que serve como o mediador artificial das relações.
Esse tipo de situação pode servir de paradigma para exemplificar uma das ramificações da ética: a profissional.
Vejamos: quando uma discussão é levada a campo jurídico para busca de soluções, o mediador deste conflito deverá ser totalmente imparcial quanto ao problema, livrando-se de seus valores morais e mergulhando no código de ética que sua profissão estabelece para conseguir uma conclusão realmente livre de opiniões possíveis de favorecimento a quaisquer das partes envolvidas. A conclusão deve ser racionalizada. Deve possuir a descrita mediania de Aristóteles para um consenso “justo”.
A ética, mui difícil para uma explanação, é fundamental (embora pouco empregada atualmente) para um convívio verdadeiramente inteligente entre tantas formas diferentes de se ver o mundo.
É, pois, uma das formas inquestionáveis de introdução à civilização intencionada.
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