segunda-feira, 30 de março de 2009

"Vá ás favas, vá plantar batata!"

Ora bolas, não me amola, não me enfarta
Não me telefone, não me mande carta
Ora bolas, vá às favas, vá plantar batata
Desembaça, desencana, desentorta
Não me desacata
Eu não tenho sangue de barata
Eu não tenho suingue de mulata
Eu só sei fazer conta exata
Dane-se quem vier me destratar

Esse amor não ata nem desata
Não ata e nem desata
Não ata e nem desata não

Pelas flores que me deste fico grata
Pelas horas de conversa
De lorota e de cascata
Juro pela Bíblia e pelo Mahabarata
Nunca mais te ver a partir desta data
Faça bom proveito do seu coração de lata
Como o sol minh'alma continua intacta

Esse amor não ata nem desata
Não ata e nem desata
Não ata e nem desata não

sexta-feira, 27 de março de 2009

"Palavras, apenas palavras..." Serão?

As coisas que eu escrevo são só as coisas que eu escrevo.
Nem um ponto final a mais.
As coisas que você pensa a respeito, mesmo quando não lhe dou o direito,
Confesso, não são deixadas pra trás.

A agonia dos que sabem muito é uma lacuna no mundo real.
A bobeira admirável dos que fingem que nada sabem é agonia igual.
Nas entrelinhas desse meu caderno imaginário, preguiçoso demais pra existir,
Eu ensaio a brincadeira ingênua de quem não sabe mentir.

A pretensão de possuir seus olhos e atenção,
Permite que me demore mais que um bocado postergando a intenção,
Que se ainda fosse possível, seria demasiado incrível
Pra um só coração.

Despeço-me então, alegremente, por ter feito toda gente
Imaginar-se dona dessa canção;
E mais que sinceramente, diria cuidadosamente,
De bem, de corpo, de alma e de mente: aceita minha doação.

Quase tudo é tempo.

Eu venho tentando convencer os outros sobre minhas aptidões nada sentimentais.
Mero matemático, quero ser hiato,
Mais um viajante dessas ruas ocidentais.
Em tudo vejo graça,
Sentado numa praça
Onde poodles cheiram folhas de jornais.

Eh... a solidão tem o sabor do saber,
Aquilo que ninguém consegue entender,
Codificado nos teus risos banais.
Eh... achei melhor poder te dizer,
Só porque sei que você não quer viver,
Mais um pecado com esses reles mortais.

Criei as saídas,
Válvulas de escape.
Encapei meus medos
Com relações surreais.
Teus desembaraços,
Donos dos meus passos,
Passo adiante, amor.
Quero mais.

Eh... também não sei quando será nossa data,
Pensando bem, seria uma idéia sensata,
Poder ser teu até o outono passar.
Eh... melhor cê aceitar meu pedido,
Tô caprichando, ensaiei bem o infinitivo,
No infinito desse verbo: amar.


Uma homenagem a Déborah.

terça-feira, 24 de março de 2009

Então...

Te ligo a noite pra contar uma história
Não foi comigo mas podia até ser
Eu vejo o filme aqui na minha memória
Assisto a cada cena acontecer
Dois personagens tão conhecidos
Quem é que não passou por algo assim
Dois namorados colados num love
Flutuam leves num azul sem fim

Começou numa sessão de cinema
A história até nem era nada de mais
E na sequencia teve um telefonema
Falando de coincidencias astrais
Tantos planetas parecidos
E nada disso parecia em vão
Versos soprados bem junto ao ouvido
Era o início de uma nova paixão

A vida sempre tem as suas surpesas
E na verdade o que aconteceu
É que no dia a dia além das belezas
O que é defeito também apareceu
Um disse ao outro: paciência
Tenho desejos diferentes dos seus
Juntos buscamos a justa ciência
De não dizer ao outro um simples adeus

Não vá não vá não vá não vá
Não vá dizer adeus.

sábado, 21 de março de 2009

Hã?







E eu que ando tão calado
Olhar vago semi-disfarçado
Pintando cores sob os tons de lá
Redescobrindo estrelas em seu olhar

E eu que ando aí por essas ruas
Grande coração de joelhos para Lua
Desvendo o tempo que não me pertenceu
E ainda vejo que seu amor sou eu

Eu que ando pelo nome santo
Doce descoberta do mais vão espanto
Escancarando meu mundo por um sorriso teu
Maior amor que o ser que se diz humano já viveu

Nas praças e nos bancos delas
Nossos nomes gravados
Moldura humana, a mais bela tela
Mãos carinhosas de dedos entrelaçados balbuciando espera

Eu que moro em tudo o que você vê
Você que vive em cada pífio olhar
Sentimento mais puro que se pode haver
Conjugamos juntos nesse verbo: amar.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Música sem título.

Eu sei que te falei
Até perdi a hora
Escuta meu desabafo
Descompassado agora
Confesso bem baixinho
Pra não me sentir sozinho
Te amo...

Eu perco a chave, o trem
Eu choro noite afora
Eu nego, entrego, espero
Peço: não demora
Entenda que me desfaço
Sem você eu não me acho
É estranho...

Então venha
Quê que você tanto teme
Simplesmente tenha
A porta aberta pra me receber
O mundo espera a nossa história acontecer

Não quero me conter
Eu conto o meu segredo
Dispenso até a paciência de todo medo
"Cê" já sabe a ladainha
Pra não se sentir sozinha
Te amo...

O tempo varre as horas
Dessa longa estrada
A chuva, a casa, a vida
Sem você é nada
Imploro que não se negue
A frase que me despede
Te amo...

sábado, 14 de março de 2009

Blergh!

Porque cura para todo mal está no Hipoglós, Merthiolate e Sonrisal.

Massageie, espalhe e engula.
E pare com essa frescura de achar que se morre de amor!
É tempo de mentes abertas.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Minha melhor resposta.

Falo.
Não somente por possuir agora a certeza capaz de controlar o que deve ser dito, mas também pela mesma certeza (eu sei, contraditória) capaz da coragem pra libertar a sequência de letras acanhadas que a garganta traduz pelo coração.
Falo pela infância, pelos barcos, ursos, filmes.
Pelas gotas de chuva que nos banharam e pelas tantas que correram de nossos olhos.
Falo pelo mesmo frio na barriga ao sentir sua mão na minha de novo.
E por inúmeros motivos, sensações e sentimentos que não encontro maneira de descrever.
"Que minha mudez seja facilmente compreendida", não é isso?
Pois bem.
Não há necessidade de repetir todos aqueles votos.
Você é esperta. Sabe o que precisa.

De tudo, me resta a felicidade de saber que algumas coisas podem ser reconstruídas.
Outras, nunca mudam.
Amo você.


Homenagem a Mariana Maria.